Após mais de três décadas no ar, a Disney anunciou o encerramento de uma das séries de animação mais icônicas da história, Os Simpsons. Sem planejar um episódio final, a empresa justificou a decisão como uma forma de preservar a essência da produção: “Não queremos que Os Simpsons tenha um ponto final, porque a vida continua. Os personagens seguirão vivendo no coração dos fãs”, afirmou um porta-voz da Disney.

Criada por Matt Groening e estreada em 1989, a animação se tornou a mais longa da história da TV mundial, com mais de 700 episódios que misturam humor ácido e crítica social, garantindo seu lugar definitivo na cultura pop.

Desde que adquiriu os direitos da série, a Disney enfrentou anos de debates sobre sua continuidade, especialmente diante das rápidas mudanças no mercado de entretenimento. O legado de Os Simpsons inclui uma trilha sonora marcante lançada nos anos 1990 e um filme de sucesso que reforçou seu apelo global. Apesar da dificuldade da decisão, a Disney acredita que este é o momento adequado para encerrar a produção.

A longevidade de Os Simpsons na Fox, rede norte-americana que exibe a série (e que permanece sob controle de Rupert Murdoch, fora da aquisição da Disney), começou a ser ameaçada em 2019, quando a Disney comprou os estúdios da Fox. Desde então, a produção enfrentou desafios financeiros.

No passado, os custos de produção eram compensados não apenas pelos intervalos comerciais, mas também pela venda de DVDs e pela distribuição para canais locais e a TV paga. Atualmente, a Fox recebe apenas a receita dos anúncios, enquanto a Disney lucra com outras fontes, como streaming e direitos de reprise. Isso tornou a continuidade da série menos atrativa para a emissora.

Para reduzir custos, a Disney negociou o preço dos episódios, o que resultou em temporadas mais curtas. Enquanto antes a Fox exibia 22 episódios inéditos por temporada, a atual teve apenas 18, com outros quatro lançados exclusivamente no Disney+.

A incerteza quanto à renovação da série também se reflete no processo de produção. Para que novos episódios fossem exibidos entre setembro e outubro de 2025, os roteiristas precisariam ter iniciado os trabalhos em novembro do ano anterior, algo que, oficialmente, ainda não ocorreu.

Coincidentemente, o episódio de estreia da temporada atual brincou com a ideia de ser o final da série, escrito por uma inteligência artificial. O showrunner Matt Selman declarou que não há planos para um encerramento épico, preferindo um episódio comum que reflita o espírito da série: “Não precisamos amarrar todas as pontas nem mudar o que fizemos ao longo desses anos. Será apenas mais uma boa história de Homer e sua família.”

Portanto, os fãs podem se despedir de Bart, Lisa, Maggie, Marge e Homer sem perceber que estão assistindo ao último capítulo de uma era.

Matéria com base na Notícias da TV