Agora que não faz mais parte do quadro de funcionários da Sony, Shuhei Yoshida tem aproveitado sua “liberdade” para revelar alguns dos processos internos da companhia. Segundo ele, embora a companhia não obrigue nenhum estúdio a fazer jogos live service, ela tem políticas internas que os levam a seguir esse caminho.
Em uma participação no podcast Sacred Symbols, Yoshida revelou que o comando da companhia tem dado preferência a aprovar projetos que possam trazer retornos contínuos. “Pela minha experiência, quando os estúdios veem que a companhia tem uma grande iniciativa, eles percebem que surfar nisso traz uma chance maior de fazer um projeto ser aprovado e suportado”.
“Não é como se eles estivessem falando aos times que precisam fazer jogos live service, isso é provavelmente algo mútuo”, complementou Yoshida. Em outras palavras, a política não escrita do comando da Sony é o principal motivo pelo qual muitos estúdios especializados no single player estão experimentando com o multiplayer — caso contrário, eles podem ter poucas chances de conseguir emplacar um projeto.
Sony parece ter puxado o freio nos live services
A decisão da Sony de focar em jogos como serviço foi feita no período em que Jim Ryan estava no comando da Sony Interactive Entertainment. Em 2022, a companhia afirmou que tinha como plano lançar pelo menos 12 títulos do tipo até março de 2026, garantindo assim diversas fontes de renda contínuas.
No entanto, a realidade se provou mais dura do que a empresa acreditava, e mais da metade desses projetos foram cancelados desde então. O momento mais duro da iniciativa aconteceu logo após o lançamento de Concord, que, incapaz de gerar uma audiência significativa, foi retirado das lojas pouco tempo depois.
Agora sob uma nova direção, a companhia parece ter “puxado o freio” e decidiu se focar novamente nas experiências single player que fizeram sua fama. Entre aqueles que se mostraram resistentes ao grande investimento em live services estava o próprio Yoshida, que reconhece que, embora atrativo do ponto de vista financeiro, esse segmento é bastante arriscado.
