Conhecido por seus comentários nem sempre elogiosos ao trabalho da CD Projekt RED, o autor dos livros de The Witcher, Andrzej Sapkowski, voltou a criticar a desenvolvedora. Segundo ele, um dos elementos mais importantes de todos os jogos são fruto de um erro crucial que a empresa cometeu ao interpretar a obra original.
Em meio à promoção do volume Encruzilhada dos Corvos, lançado internacionalmente no final de setembro, Sapkowski participou recentemente de um AMA no Reddit. Nele, o autor afirma que o sistema de diferentes escolas de bruxos presente nos games simplesmente não existe na literatura.

O criador de The Witcher afirmou que a referência a uma “escola do lobo” presente no volume O Último Desejo foi fruto de um erro de revisão. “Mais tarde eu julguei isso indigno de desenvolvimento e narrativamente incorreto, até mesmo prejudicial à trama”, explicou. “Portanto, nunca mais inclui referências a nenhum Witcher de Grifinória ou Sonserina. Nunca mais”.
The Witcher 4 promete apresentar uma nova escola
Segundo Sapkowski, a popularidade das “escolas” de bruxos é resultado das diversas traduções que a série recebeu com o passar dos anos. Ele afirma que o conceito ficou particularmente popular entre “as pessoas de videogames”, que o usaram para desenvolver mecânicas e narrativas.

O autor afirma que, diante da popularidade que o conceito (errado, segundo ele) teve, duas possibilidades se apresentam. O “caminho de menor resistência” é apagar a frase polêmica de edições futuras de O Último Desejo e esperar que o assunto morra com o tempo. A outra, segundo ele, é tentar “expandir e esclarecer o tópico” em alguma obra futura.
Nos jogos de The Witcher, as diferentes escolas de bruxos são essenciais em vários sentidos. O segundo game, por exemplo, traz como grande vilão um aprendiz da Escola da Víbora, que decide matar diversos monarcas, provocando instabilidades políticas. Já o quarto game, ainda em desenvolvimento, deve trazer Ciri como membra de uma escola totalmente nova.

Durante o AMA, Sapkowski também comentou que, em sua visão, as adaptações de sua obra trabalham de forma separada do texto original e devem ser vistas como produtos à parte. Ao mesmo tempo, ele afirmou que “a palavra escrita sempre e decididamente triunfa sobre imagens e nenhuma foto — animada ou não — pode igualar o poder da palavra escrita”.
Fonte: PC Gamer