
Basicamente, eles desenvolveram um sistema que gera sequências que correspondem ao formato de 11 caracteres do endereçamento usado pelo YouTube. O sistema conferia, então, se cada sequência gerada correspondia a um endereço válido na plataforma. Se positivo, as estatísticas públicas daquele vídeo eram coletadas.
O que a pesquisa descobriu sobre o YouTube?
Graças a essa abordagem, os pesquisadores desenvolveram um trabalho que fez apontamentos interessantes sobre o YouTube. Entre eles:
- estima-se que a plataforma tinha 14,8 bilhões de vídeos publicados até meados de 2024;
- os vídeos na plataforma receberam, em média, apenas 41 visualizações;
- 4% dos vídeos não registraram nenhuma visualização (isso corresponde a quase 600 milhões de vídeos, considerando o total de 14,8 bilhões de publicações);
- cerca de 75% dos vídeos não tinham nenhum comentário;
- 89% dos vídeos não tinham curtidas;
- apenas 0,21% dos vídeos seguiam alguma estratégia de monetização, como exibição de anúncios ou patrocínio dentro do próprio conteúdo;
- apenas 4% dos vídeos continham pedidos para o usuário curtir, comentar ou compartilhar o conteúdo.

Qual a explicação para esses números no YouTube?
Os números da pesquisa podem sugerir que o YouTube, como plataforma, é um verdadeiro fracasso, mas não é bem assim. Em linhas gerais, o levantamento deixa claro que os vídeos com pouca ou nenhuma visualização são de baixa qualidade ou são completamente amadores.
Isso fica visível com a constatação de que mais da metade dos vídeos tinha imagens trêmulas, apenas 18% tinham áudio de alta qualidade, somente 14% mostravam cenário ou plano de fundo profissional, e que só 38% passaram por algum tipo de edição.
Ainda nesse sentido, os pesquisadores constataram que 40% dos vídeos contêm apenas faixas de músicas, sem nenhum tipo de narração, e que, em média, os vídeos do YouTube têm 64 segundos, com mais de um terço deles registrando até 33 segundos de duração.
Presumivelmente, isso acontece porque a maioria dos usuários que publicam vídeos no YouTube usa a plataforma apenas como um repositório de conteúdo pessoal, sem pretensão de fazer a publicação chegar a um número significativo de pessoas.
Embora seja possível publicar vídeos privados no YouTube, provavelmente, muita gente posta conteúdo para uso pessoal por lá sem se preocupar em restringir o acesso a ele. Só não nos damos conta disso porque, obviamente, os vídeos mais bem trabalhados é que são destacados pela plataforma.