Nova realidade física dos games: solução da NVIDIA resolve um velho e angustiante problema

Pesquisadores ligados à NVIDIA apresentaram um avanço inédito em simulações físicas para ambientes digitais. O trabalho busca resolver um problema antigo: a penetração de objetos virtuais, quando um elemento atravessa outro em jogos, filmes ou animações.

A falha quebra a sensação de realismo e sempre foi um desafio técnico para desenvolvedores. Afinal, quem nunca jogou um game de futebol e a bola transpassou um jogador ou um membro do corpo do humano? Seria o fim total desse tipo de problema.

A nova abordagem, chamada Offset Geometric Contact (OGC), promete transformar a forma como os mundos virtuais são calculados, com velocidade até 300 vezes superior a técnicas anteriores.

A técnica OGC foi proposta no contexto da conferência SIGGRAPH 2025, na sessão de Technical Papers, sob a publicação na ACM Transactions on Graphics

O que significa simulação sem penetração

Em jogos e softwares de simulação, colisões incorretas são uma das maiores fontes de frustração. Quem já viu um personagem atravessar uma parede ou um objeto sólido sabe como isso prejudica a imersão. Simulação sem penetração é o conceito que impede essas falhas, fazendo com que os corpos virtuais se comportem como materiais reais.

Até hoje, métodos como o Incremental Potential Contact (IPC) já haviam avançado nessa área, mas eram lentos e custosos.

Um pequeno erro local poderia comprometer toda a simulação, paralisando cálculos em larga escala e tornando o processo inviável para cenários complexos.

OGC: uma nova lógica de colisão

O OGC foi desenvolvido para dar mais liberdade às simulações. Em vez de aplicar regras gerais que paravam tudo ao menor risco de colisão, a técnica cria campos de força individuais ao redor de cada objeto, que só interagem quando realmente estão próximos de se tocar. Assim, o sistema distribui o trabalho de maneira eficiente, mantendo apenas as áreas críticas sob controle.

Divulgação/Computer Graphics – The University of Utah

Na prática, é como se cada elemento tivesse seu próprio “sensor inteligente”, que só reage quando está prestes a encostar em outro. Assim, a solução evita que a cena inteira seja interrompida sem necessidade.

Com esse novo método, cenas que antes eram inviáveis agora podem ser calculadas em tempo real, preservando o detalhe e eliminando as distorções artificiais em roupas, cordas ou tecidos digitais

Benefícios e limitações

A técnica resolve problemas clássicos de estiramento e distorção de superfícies, comuns em simulações de tecidos e cabelos.

Além disso, roda em paralelo na GPU, aproveitando melhor a arquitetura gráfica moderna. O resultado é um ganho de velocidade que impressiona: em média, dez atualizações por segundo em cenas com milhões de polígonos.

Ainda assim, os próprios cientistas apontam limitações. Em alguns casos específicos, como colisões de alta velocidade, o método pode perder desempenho em comparação a sistemas anteriores. Além disso, parte dos testes mostra resultados ligeiramente “borrachudos”, como se os objetos tivessem elasticidade extra.

Novo patamar para jogos e cinema

Mesmo com ajustes ainda necessários, a comunidade científica e a indústria de entretenimento já consideram o OGC uma conquista histórica. Ela permite construir mundos virtuais mais sólidos e confiáveis, além de abrir espaço para experiências mais ricas em realidade virtual e animações digitais.

A perspectiva é de que, em poucos anos, técnicas como essa estejam implementadas em motores gráficos e usadas em larga escala. Para jogadores e criadores, isso significa um avanço decisivo em direção a simulações que realmente se comportam como a realidade.

Fonte: ACM Digital Libary

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