>>> Phishing com IA: como se proteger dos golpes digitais mais sofisticados

O phishing, técnica usada por cibercriminosos para enganar vítimas e roubar dados sensíveis, não é novidade, mas está cada vez mais sofisticado. Além de e-mails falsos, hoje os ataques usam Inteligência Artificial, vídeos deepfake, QR codes em espaços públicos e até cartas físicas para aplicar golpes.

Em entrevista ao Podcast Canaltech, William Pessoa, especialista em inteligência de ameaças do SafeLabs, explica como os criminosos estão evoluindo, quais os sinais de alerta e o que usuários e empresas devem fazer para evitar prejuízos.


O que é phishing e por que ele ainda funciona

Phishing é uma técnica de engenharia social que induz a vítima a compartilhar dados sensíveis ou realizar ações em sites falsos. “Pode vir por e-mail, SMS, redes sociais, ou até por carta. Os golpistas imitam empresas conhecidas ou órgãos do governo para ganhar a confiança das vítimas”, explica William.

Deepfake, voz clonada e links falsos: a nova geração dos golpes

O especialista destaca dois momentos de virada nos ataques: a digitalização acelerada durante a pandemia e o avanço da IA generativa. Segundo ele, já foram registrados casos em que a imagem e a voz de figuras públicas, como o presidente da República, foram clonadas para espalhar links maliciosos.

“Hoje, com Inteligência Artificial, dá para criar vídeos falsos muito convincentes. Vimos campanhas que usaram imagem e voz de executivos para enganar funcionários e aplicar golpes”, alerta.

Golpes que chegam pelo correio e QR codes em estações de metrô

Além do ambiente digital, criminosos estão apostando em técnicas físicas. William relata casos de cartas enviadas para idosos com cobranças falsas e QR codes colados em estações de trem e metrô. Ao escanear o código, o usuário pode ser direcionado a sites maliciosos ou infectar o celular com vírus.

Como saber se você caiu em um golpe?

Nem sempre a vítima percebe de imediato. Em muitos casos, o phishing redireciona para o site verdadeiro da empresa, o que dá a falsa sensação de segurança. A descoberta geralmente acontece dias depois, com cobranças indevidas ou movimentações suspeitas.

Por isso, atenção ao endereço do site, erros sutis (como trocar “i” por “l”) e desconfiança de promoções exageradas são medidas básicas, mas eficazes.

Cinco dicas para se proteger de ataques de phishing

William reuniu recomendações simples, mas essenciais:

  • Confie apenas em canais oficiais: evite clicar em links de anúncios ou mensagens suspeitas.
  • Desconfie de promoções boas demais: antes de aproveitar, verifique com outras pessoas.
  • Fique atento ao domínio do site: no caso do governo, sempre verifique se termina em “.gov.br”.
  • Cheque boletos e destinatários de Pix: veja quem está recebendo o pagamento.
  • Impostos federais só com DARF: emissão sempre nos sites oficiais do governo.

IA também pode ajudar na defesa

Se por um lado a IA é usada por golpistas, por outro também está sendo empregada para prevenção. O SafeLabs, por exemplo, usa inteligência artificial para monitorar domínios e detectar tentativas de fraude, colaborando com órgãos públicos e privados na proteção dos usuários.

“A cibersegurança precisa ser democratizada. Não pode ser privilégio só das grandes empresas”, reforça William.

Legislação ainda não acompanha a velocidade das ameaças

Por fim, o especialista alerta para a necessidade de punições mais severas e atualização da legislação. “Hoje, muitos casos de estelionato digital não têm penas adequadas. Isso abre espaço para a reincidência”, critica.

Leia a matéria no Canaltech.

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